As série resulta em um fotolivro com uma diagramação que reforça a linguagem poética do corpo nos dois meios expressivos construídos. Lado a lado as fotografias dos retratos e das esculturas, seguem apresentando o movimento expressivo e plural dos corpos.
E nele e dentro da pesquisa acadêmica é onde se encontra toda a série na integra, num conjunto de 24 retratos e 24 esculturas.
Movimento dos Corpos
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O processo de abstração desses corpos se deu então, a partir da síntese gestual do corpo retratado.
E a próxima questão do processo foi: Como transformar toda a pesquisa poética, que até o momento se deu por plataformas bidimensionais com a fotografia e o desenho, em uma linguagem tridimensional, mantendo a unidade e o diálogo entre as diferentes formas de expressar o corpo? Tal questionamento se resolveu na prática do processo de moldar as peças.
Os corpos que foram retratados, percebidos e enaltecidos enquanto expressão para além de sua natureza nua. Que foram também traçados em linhas contínuas e gestuais que buscavam contemplar todo seu movimento e existência. Seguiram para o campo de estudo poético da tridimensionalidade.
Mais do que seguir uma referência ou influência estética, o ato de moldar uma peça de argila acontece na fluidez do movimento das mãos com a massa. A escultura se cria num fluxo do subconsciente, o molde manual guia a água enquanto mantém com cuidado a bolha de ar criada dentro da peça.
O Esculpir se dá com as ferramentas que auxiliam no processo de retirada de excessos, enquanto a peça ainda está molhada. Aos olhos do artista, a própria escultura avisa que está pronta para secar, e aguardar o processo de lixamento.
“Dando forma á argila, ele deu forma à fluidez fugida de seu próprio existir, captou-o e configurou-o. Estruturando a matéria, também dentro de si ele se estruturou. Criando, ele se recriou” (OSTROWER, 2014, p.51).
Com a fotografia e a escultura colocadas lado a lado, é possível ver a totalidade resultante de todo o intenso processo de sua construção. A série contempla representações figurativas através dos retratos, e com as esculturas as personificações dos corpos dentro de uma poética decorrente de um estudo de abstração.
E nesse post deveras formal, que foge um pouco da linguagem aqui do blog, foi a forma que encontrei de trazer aqui essa pesquisa que estive imersa nos últimos 2 anos da minha vida. Espero que em breve possa fazer outro post os convidando para uma exposição da série e que assim possam conhecer todo esse meu trabalho poético.