Morada do Tempo | Arquitetura colonial de Ouro Preto (Vila Rica)
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Era o fim de 2018, e o onibus percorria a estrada entre cidades de Minas Gerais.
31 de dezembro, peguei minha mochila de dentro do bagageiro e pisei pela primeira vez em Ouro Preto. Não parecia fim de ano para mim, me encontrava em outro ritmo, outra energia. Mas logo me deparei com a cidade e seus moradores se preparando para a virada, cidras sendo compradas e ceias preparadas.
A cidade paralisou, igrejas, museus e atrações só reabririam dia 02.
Pode parecer uma má escolha de inicio, chegar nesse momento em uma cidade histórica, mas logo a chance de poder caminhar pelas ruas desertas no primeiro dia do ano, escapando da garoa fina debaixo de fachadas que carregam tantas histórias, permitiu que os olhos vagassem com calma por todas as cores e desenhos desse pedacinho do Brasil que tanto conta sobre nosso passado.
E com esse caminhar despretensioso, uma reflexão sobre o passado e a carga de energia que aquelas paredes carregam começou a cair sobre mim.
Quem pisou a onde estou pisando?
Quantas histórias de amor aconteceram de baixo dessa sacada?
Quanta dor de um passado escravocrata essas pedras escondem?
Quanta saudade é capaz daqui fazer morada?
Talvez esses questionamentos em uma cidade que preserva uma antiga arquitetura seja comum, mas foram essas questões que me fizeram registrar as portas e janelas, enquanto caminhava pelas ruas da antiga Vila Rica.
(Rica, por conta de todo o ouro que dela foi levado embora para europa. Mesmo ouro que construiu a decoração Barroca de dentro das igrejas que hoje cobram para que você as visite.)
Talvez esses questionamentos em uma cidade que preserva uma antiga arquitetura seja comum, mas foram essas questões que me fizeram registrar as portas e janelas, enquanto caminhava pelas ruas da antiga Vila Rica.
(Rica, por conta de todo o ouro que dela foi levado embora para europa. Mesmo ouro que construiu a decoração Barroca de dentro das igrejas que hoje cobram para que você as visite.)